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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Papai falando sobre diabetes!

E pela primeira vez o papai fala sobre diabetes, tinha que registrar esse momento aqui!

"É diferente você ser pai de uma criança que possui diabetes e depois ser portador de diabetes com ele. Aprendi a sentir os mesmos medos dele, mas também a mesma fé na vida. Agora eu sei exatamente o que ele sente e passa. Nem sempre é fácil, porém como quero o melhor para o João e para mim, escolhi viver da melhor forma possível. Temos uma rotina cheia de cuidados e seguimos o tratamento corretamente. Por isso, podemos dizer que é perfeitamente possível viver bem com o diabetes, basta querer!"

Depoimento para a Revista Vida Saudável & Diabetes
Agosto/2014 - Edição nº 23 - Ano 02



quarta-feira, 13 de agosto de 2014

CARTA INTERNACIONAL DOS DIREITOS E RESPONSABILIDADES DAS PESSOAS COM DIABETES


INTRODUÇÃO

Diabetes é um desafio urgente da saúde pública global. A Federação Internacional de Diabetes estima que a diabetes afeta mais de 300 milhões de pessoas atualmente e se nada é feito, este número aumentará para 500 milhões dentro de uma geração. Além disso, um número parecido de pessoas tem alto risco de desenvolver a doença.

O maior peso desta epidemia está caindo cada vez mais sobre países com renda média e baixa e impactando desproporcionalmente os mais pobres, desfavorecidos e grupos vulneráveis, incluindo indígenas e comunidades minoritárias em países mais ricos.

Assim como o impacto humano, o custo aos serviços de saúde é grande. As estimativas atuais sugerem que os gastos em diabetes ao redor do mundo foram de 378 bilhões de dólares em 2010, equivalentes a 12% da despesa total gerada pela saúde global. É previsto que este número aumente para 490 bilhões em 2030.

De acordo com a resolução 61/225 da ONU (Organização das Nações Unidas): “Diabetes é uma doença crônica, debilitante e de custo caro e associada com diversas complicações, o que coloca em risco famílias, países membros da ONU e o mundo inteiro, sendo um sério desafio para alcançar as metas estabelecidas pelo programa da ONU chamado “Millennium Development Goals”.

Esta carta de direitos e responsabilidades mostra que as pessoas com diabetes podem desempenhar um papel essencial na luta contra esse assassino silencioso se elas tiverem os direitos e oportunidades de agirem como pessoas iguais no sistema de saúde oferecido pelos governantes. Isso enfatiza que eles compartilham dos mesmos direitos humanos e sociais das pessoas que não têm diabetes. Garantindo que uma pessoa com diabetes tenha uma vida de oportunidades justas para aprender e trabalhar, lembrando também que as pessoas com diabetes tem responsabilidades.

OBJETIVO

O objetivo da carta é:

- Melhorar a qualidade de vida das pessoas com diabetes

- Permitir que pessoas com diabetes vivam da forma mais normal possível.

- Reduzir ou eliminar as barreiras para que pessoas com diabetes desenvolvam seu potencial máximo como membros da sociedade.

A CARTA

- Estabelece os direitos e as responsabilidades das pessoas com diabetes.

- Reconhece que existe uma grande variedade de serviços de saúde com qualidade, bem como costumes e práticas que impactam de diferentes maneiras pessoas com diabetes.

- Representa o que há de melhor em cuidado, tratamento, prevenção e educação, no qual todos os países e pessoas podem se inspirar.

1. O DIREITO DE CUIDAR

Pessoas com diabetes têm o direito de:

- Diagnóstico precoce, com preço acessível, cuidados e tratamentos adequados, independentemente de raça, etnia, gênero ou idade, incluindo acesso à tratamento e apoio psicológico.

- Receber regularmente apoio, educação e tratamento confiáveis de acordo com práticas baseadas em evidências que se concentram em suas necessidades, independentemente do ambiente em que eles recebem esse cuidado.

- Beneficiar-se de campanhas comunitárias de sensibilização, educação e prevenção proativa do setor de saúde em todos os ambientes destinados a essa área.

- Acesso a serviços de alta qualidade e cuidados durante a gestação e depois do parto. 

- Acesso a serviços de alta qualidade e cuidados durante a infância e a adolescência, reconhecendo as necessidades especiais daqueles que não podem se responsabilizar por si mesmo. 

- Cuidados com o passar do tempo, acompanhando a progressão da doença e as mudanças que ocorrem conforme o avanço da idade. 

- Cuidados adequados em situações de risco e emergência. 

- Ser tratado com dignidade e respeito –incluindo respeito pelo indivíduo, religião ou crenças culturais e pela opinião dos pais- pelos provedores do sistema de saúde, e se sentir livre para reclamar sobre qualquer aspecto do serviço oferecido para pacientes com diabetes, sem interferência no cuidado e tratamento do paciente. 

- As informações relacionadas aos pacientes devem permanecer confidenciais e não serem discutidas com terceiros sem o consentimento dos mesmos, assim como também é escolha dos pacientes participar ou não de programas de pesquisa, sem interferência no cuidado e tratamento.

- Individualmente e coletivamente, as pessoas com diabetes têm o direito de participar de decisões, juntamente com os provedores do sistema de saúde, para melhorar os cuidados e serviços oferecidos aos pacientes. 

2. O DIREITO DE EDUCAÇÃO E INFORMAÇÃO

Pessoas com diabetes e os pais ou cuidadores das pessoas com diabetes têm o direito de:

- Informação e educação sobre diabetes, incluindo: como a doença pode ser prevenida, deixar claro que a detecção prévia em indivíduos em alta situação de risco é uma vantagem, que a doença pode ser administrada efetivamente, e que essas pessoas possuem acesso à educação e recursos médicos. 

- Educação de alta qualidade na autogestão do tratamento da diabetes logo no diagnóstico, e qualquer serviço que envolva aspectos clínicos, comportamentais ou psicossociais da diabetes em um grupo ou em um indivíduo. 

- Ser envolvido no acesso, planejamento e implementação do tratamento, assim como monitorar os próprios cuidados e objetivos de saúde. 

- Informação confiável sobre os nomes e dosagens de qualquer terapia ou medicamento, seus efeitos e possíveis efeitos colaterais e sua reação com outras situações clínicas do indivíduo.

- Acesso individual ao seu histórico médico e a outras informações relevantes se requisitado, e o direito de compartilhar essa informação. 

3. O DIREITO À JUSTIÇA SOCIAL

Pessoas com diabetes têm o direito de:

- Ser um membro completamente engajado na sociedade, ser tratado com respeito e dignidade por todos, sem sentir a necessidade de esconder o fato de que eles têm diabetes.

- Remédios com preços acessíveis e monitoração tecnológica.

- Ser tratado de forma justa no emprego e na progressão da carreira enquanto reconhece que existem ocupações onde são identificáveis alguns riscos que podem limitar o trabalho de pessoas com diabetes.

- Ser tratado com respeito e dignidade por todos os setores da sociedade.

- Não ser discriminado na aplicação da prova de habilitação de veículos e no fornecimento de todas as formas de seguro.

- Ser totalmente apoiado em atividades pré-escolares, na escola, durante atividades extraclasse e clubes, assim como em locais de trabalho e ser liberado para compromissos médicos agendados assim como privacidade para se automedicar em um local limpo e seguro.

- Criar ou participar de uma organização representativa do paciente e buscar o apoio da organização de saúde, de entidades relacionadas com a saúde e da sociedade civil.

4. RESPONSABILIDADES

Pessoas com diabetes têm a responsabilidade de:

- Compartilhar informações com o seu provedor de sistema de saúde sobre a atual situação de saúde deles, todos os tipos de medicamentos que eles estão usando, alergias, classe social, estilo de vida e qualquer outra informação que possa ser relevante para que o sistema de saúde possa proporcionar o mais adequado tratamento e acompanhamento.

- Gerenciar os cuidados necessários e seguir o tratamento planejado.

- Adotar, implementar e monitorar um estilo de vida saudável como parte do seu próprio auto gerenciamento da diabetes.

- Compartilhar com o provedor do seu sistema de saúde qualquer problema que tenha ocorrido com as recomendações do tratamento planejado, incluindo qualquer dificuldade encontrada para que a implementação seja um sucesso.

- Informar a família, escola, trabalho e os colegas do meio social de que eles têm diabetes, e caso precisem podem ser ajudados por pessoas que também tenham diabetes.

- Demonstrar consideração e respeito pelos direitos de outras pessoas com diabetes e os seus provedores de saúde.


Esta carta contém os princípios da saúde e dos direitos humanos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, e constrói o principal instrumento dos direitos humanos assim como a Convenção dos Direitos da Criança (CRC), a Convenção de Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher (CEDAW) e a Convenção do Direito das Pessoas com Deficiências.

Nós instigamos todos os pacientes, organizações profissionais e nações a implementar esses princípios em seus planos nacionais de cuidado à diabetes, prevenção, pesquisa e educação e assegurar que eles sejam implementados e regularmente monitorados e revisados.